domingo, 20 de setembro de 2020

One-Time Pad

Excerto de uma cifra de uso único.

One-time pad (OTP), em português cifra de uso único ou chave de uso único, é uma técnica de criptografia que não pode ser quebrada se utilizada corretamente. Consiste num algoritmo em que o purotexto é combinado, caractere por caractere, a uma chave secreta aleatória que para isso deve ter, no mínimo, o mesmo número de caracteres do purotexto. Para garantir que a criptografia seja imperscrutável, a chave só deve ser usada uma única vez, sendo imediatamente destruída após o uso. Foi primeiramente descrita pelo banqueiro e criptografista Frank Miller em 1882.[1] Em 1917 foi re-inventada e, poucos anos depois, registrada.

A chave de uso único deriva da cifra de Vernam, cujo nome se deve a Gilbert Vernam, um de seus inventores. O sistema de Vernam consistia numa cifra que combinava uma mensagem com uma chave lida numa fita perfurada. Em sua forma original, o sistema de Vernam era vulnerável porque a fita com as chaves era reutilizada ao chegar ao fim. O uso único veio apenas posteriormente, quando Hoseph Maugorgne percebeu que se a fita fosse totalmente aleatória, a criptoanálise poderia ser impossível.[2]

Se a chave for verdadeiramente aleatória, nunca reutilizada, e mantida em segredo, a cifra de uso único é imperscrutável. Também provou-se que toda a cifra teórica inquebrável deve usar chaves com as mesmas exigências que chaves de OTP.

A expressão "pad" do nome em inglês deve-se ao fato de que cifras de uso único comumente são utilizadas sob a forma de cadernetas, de modo que a folha superior possa ser arrancada e destruída após a utilização. Para facilitar sua ocultação, o bloco era às vezes muito pequeno, sendo quase impossível de ser utilizado sem uma lupa. Imagens acessíveis na Internet mostram cadernetas da KGB, capturadas por agentes oponentes, que cabem na palma da mão ou em uma casca de noz.

Existe muita ambiguidade na terminologia referente a esse tipo de cifra, já que alguns autores usam indistintamente os termos “cifra de Vernam” e “cifra de uso único”, enquanto outros utilizam a expressão "cifra de Vernam" para qualquer cifra de fluxo, inclusive as baseadas em CSPRNG.[3]

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